terça-feira, janeiro 22, 2008

Aos poetas:


















100 anos a construir o nosso futuro
e depois nada, e nada muda
pessoa, gedeão, torga, andrade...
palavras emparedadas, o velho muro
coagidas e limitadas
às teias delineadas
nessa grande exploração
de seu perfeito sentido
nos fios da imaginação

cingimo-nos das amarras
com que prendemos as palavras
ao percorrer com originalidade
sempre os velhos trâmites
da insaciável criatividade
que nesta grande infusão
prendendo tantas palavras
nos vai dizendo que nos ama
e lentamente consumindo
a nossa luz,
a nossa chama


sábado, janeiro 05, 2008

Sente-se na

liberdade
um certo travo amargo
de despedida,
pois onde haviam amarras
agora há

liberdade
uma certa humildade
da leveza,
pois onde o fardo pesava
agora há

liberdade
uma certa frescura
de novidade,
pois em tudo velho
agora há

liberdade
um certo suspiro
de descanso,
pois onde havia tensão
agora há

liberdade
uma certa culpa
do adiar
pois onde era inevitável
agora há

liberdade
um certo esguio
de todos os gritos alguma vez libertados
pois onde
agora há

liberdade
muita coisa
ainda por libertar