terça-feira, julho 26, 2011

O jovem poeta vai
abre os seus ouvidos,
atento
ao som entre as palavras
nos becos do pensamento
Luta, compra,
pré-frabrica
processa
altera os seus olhos
até já não serem verdes
aspira ao infinito
até o som do seu poema
ser transgénico

segunda-feira, julho 25, 2011

Há um lugar no choro
onde o riso
se perde no riso
há um lugar
onde o choro se perde é na loucura
que o riso e o choro se confundem

sábado, julho 23, 2011

torto
ainda sufocado
arfando agarrado
ao pó agregado
que deixa a sua marca
nas veias do pescoço
maltratado
por onde flui a criatividade
bocado
a bocado
visão de terra
e seus mistérios
à qual nos agarrámos
qual barco naufragado
sente agora pois
o cordão umbilical
seu duro apertar
que turva as ideias
e não deixa criar
pois no seu espaço
ouvem-se apenas os duros cascos
raciocínio
paços
a rodopiar

ó homem do futuro
subnutrido
do fruto
da terra
da dádiva divina
grão-poesia
Pára!
escuta as palavras
sente o seu pulsar
telurico

no cando

quinta-feira, julho 21, 2011

o som do progresso
vibra como um trompete
suave quase
exausto
dança no baloiço
ritmado do tempo
da morte do homem-máquina
homem-sorriso pelo seu fim
que se ri no crescendo
prol tecnologia prol natureza
o seu grito entra nos timpanos
a criatividade acelera
morre! morre!
e a seu tempo és tu
a sua bala imparável
que te fura os miolos
e pinta esta parede
poesia

quinta-feira, julho 14, 2011

eu sei lá
é uma nota solta de uma guitarra
um bordão que soa
e a vida que canta
as vezes que nos esquecemos
de sermos mais crianças