Sou daqui
quero ser daqui
aqui falam a minha língua
e a minha língua é tudo o que sou
não sei onde estou
Um pouco do tudo, e o tudo de um pouco. (este é o meu blog pseudo-intelectual)
sábado, dezembro 12, 2015
quinta-feira, dezembro 10, 2015
No Tejo aprendi a nadar
a sua corrente multiplica-me o espaço
e deixa que aprecie a viagem
distanciando as coisas
para a mesma medida de cansaço
No Tejo aprendi a mergulhar
a sua profundidade amplia-me a dimensão
e deixa que aprecie o que é dado
na apneia já sem ar
para o aumento da pressão
No Tejo aprendi a flutuar
a sua densidade garante-me o sustento
e deixa que aprecie o céu
com a incerteza de um rumo
para um corpo sem alento
a sua corrente multiplica-me o espaço
e deixa que aprecie a viagem
distanciando as coisas
para a mesma medida de cansaço
No Tejo aprendi a mergulhar
a sua profundidade amplia-me a dimensão
e deixa que aprecie o que é dado
na apneia já sem ar
para o aumento da pressão
No Tejo aprendi a flutuar
a sua densidade garante-me o sustento
e deixa que aprecie o céu
com a incerteza de um rumo
para um corpo sem alento
quinta-feira, novembro 26, 2015
estacionamos num mês frio
a nossa carne de Verão
na margem lada do Tejo
(estávamos aproximadamente sós no plano geral das coisas que não se vêm)
embalados pelo fogo
pairamos na superfície das águas
e deixamo-nos levar pela sua frescura
(naquele tempo não podiamos saber de onde nos vinha a inspiração)
em gestos serenos
buscámos sem rumo
o som da palavra desconhecida
(amor)
a nossa carne de Verão
na margem lada do Tejo
(estávamos aproximadamente sós no plano geral das coisas que não se vêm)
embalados pelo fogo
pairamos na superfície das águas
e deixamo-nos levar pela sua frescura
(naquele tempo não podiamos saber de onde nos vinha a inspiração)
em gestos serenos
buscámos sem rumo
o som da palavra desconhecida
(amor)
terça-feira, novembro 24, 2015
sexta-feira, novembro 20, 2015
automatizamos a chatice
é importante que seja fácil
fizemo-la neta da luz
é importante que seja rápida
ensinamo-la a escalar
é importante que seja grande
e a contar os passos do tempo
é importante que seja urgente;
connosco aprendeu a esquecer
é importante que seja catástofre
ainda me lembro de quando tudo era mais leve
do tempo em que os dias não eram trazidos pela chatice
e o meu despertar não acontecia com a força do seu peso
agora vou a correr para o trabalho
comunicar de forma intuitiva
sem deixar ninguém à espera
algo que funcione para toda a gente
e que já devia estar acabado;
com a chatice fui deixando de mergulhar
no rio que ainda passa
é importante que seja fácil
fizemo-la neta da luz
é importante que seja rápida
ensinamo-la a escalar
é importante que seja grande
e a contar os passos do tempo
é importante que seja urgente;
connosco aprendeu a esquecer
é importante que seja catástofre
ainda me lembro de quando tudo era mais leve
do tempo em que os dias não eram trazidos pela chatice
e o meu despertar não acontecia com a força do seu peso
agora vou a correr para o trabalho
comunicar de forma intuitiva
sem deixar ninguém à espera
algo que funcione para toda a gente
e que já devia estar acabado;
com a chatice fui deixando de mergulhar
no rio que ainda passa
quinta-feira, novembro 19, 2015
de muito longe conhece o Tejo
as cidades por onde passa
não como uma lembrança
das que têm quem nelas habita
a extrema solidão do vento
que sopra a passagem dos dias
mas com a precisão
de quem as fez nascer
para serem maiores do que nós
na sua história de amor
de muito longe vem o rio
que agora aqui desagua
as cidades por onde passa
não como uma lembrança
das que têm quem nelas habita
a extrema solidão do vento
que sopra a passagem dos dias
mas com a precisão
de quem as fez nascer
para serem maiores do que nós
na sua história de amor
de muito longe vem o rio
que agora aqui desagua
terça-feira, novembro 17, 2015
sábado, outubro 24, 2015
terça-feira, agosto 18, 2015
Soprou-me Agosto
na face do Tejo
e fui quem desejava ter sido
esse ser fresco e pueril
que deixa as intenções para os barcos
e os objectivos para os grandes cargueiros
de contentores
soprou-me essa brisa calma de uma vela
foi ela quem me fez
a aragem mãe
de todas as manhãs
agora abro as janelas da minha casa
vou até à varanda do meu escritório
e anseio que a minha habitação
seja o estuário da sua sabedoria
na face do Tejo
e fui quem desejava ter sido
esse ser fresco e pueril
que deixa as intenções para os barcos
e os objectivos para os grandes cargueiros
de contentores
soprou-me essa brisa calma de uma vela
foi ela quem me fez
a aragem mãe
de todas as manhãs
agora abro as janelas da minha casa
vou até à varanda do meu escritório
e anseio que a minha habitação
seja o estuário da sua sabedoria
quinta-feira, julho 30, 2015
Vi o Tejo ao fundo
com a sua calma milenar
e seu silêncio mineral
preferiu continuar a passar
enquanto de longe o olhava
esse momento guardou perto
na pedra da sua saudade
e seu silêncio mineral
preferiu continuar a passar
enquanto de longe o olhava
esse momento guardou perto
na pedra da sua saudade
sexta-feira, julho 03, 2015
Na velha cantiga de saber amar
a vida
é a chuva dos dias trazida pelo calor dos anos
lágrimas que regam o coração seco pela idade
um ligeiro esgar no sopro da imensa sabedoria
oculto no tempo pelas nuvens do imediato
(já estou atrasado para o trabalho)
é a chuva dos dias trazida pelo calor dos anos
lágrimas que regam o coração seco pela idade
um ligeiro esgar no sopro da imensa sabedoria
oculto no tempo pelas nuvens do imediato
(já estou atrasado para o trabalho)
quinta-feira, abril 30, 2015
entre (tanto)
três crianças sentadas nas escadas de uma rua familiar
gritam o teu nome
chamam por ti
querem-te dizer coisas importantes que não sabes
coisas das quais a tua vida depende por mistérios subtis
não as ignores só porque é noite
e o sol volta a nascer amanhã
como sempre nasceu
para todas as grandes e maravilhosas espécies
já extintas
gritam o teu nome
chamam por ti
querem-te dizer coisas importantes que não sabes
coisas das quais a tua vida depende por mistérios subtis
não as ignores só porque é noite
e o sol volta a nascer amanhã
como sempre nasceu
para todas as grandes e maravilhosas espécies
já extintas
segunda-feira, abril 06, 2015
Versículo do Livro
Porque
o que sucede aos filhos dos homens, isso mesmo também sucede aos
animais; a mesma coisa lhes sucede: como morre um, assim morre o outro,
todos têm o mesmo fôlego; e a vantagem dos homens sobre os animais não é
nenhuma, porque todos são vaidade.
Eclesiastes 3:19
Eclesiastes 3:19
quinta-feira, março 26, 2015
entre tanto
vida vida vida vida vida vida vida vida vida sucesso vida vida vida sucesso vida vida vida vida vida posteridade vida vida sucesso vida vida vida vida vida vida vida vida legado vida sucesso sucesso vida vida vida vida vida vida vida vida vida vida vida vida vida vida sucesso vida vida vida
morte
morte
terça-feira, março 24, 2015
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